segunda-feira, 16 de setembro de 2013

             

Lira XII 
(primeira parte)

             Quando a pessoa gosta muito de uma coisa, ou até mesmo de alguém é muito comum que elas sintam-se meio insegura com tudo aquilo que anda acontecendo, então ela sempre tem um pé atrás da situação, e isso acontece muito em toda a sociedade. E a palavra que justamente resume tudo isso seria a desconfiança, porém essa desconfiança pode ter tanto lado positivos como lados negativos.
            Quando se fala em desconfiança as pessoas ficam até com um pouco de receio, porque quando você gosta muito de alguém é a coisa mais comum acaba fazendo ações que até você não queria fazer, mas com tudo aquilo acontecendo, faz por impulso, por sempre querer o bem e está protegendo-a e podendo causar intrigas com as pessoas que ela também gostava tanto, e deixando marcas nessa relação tão bela, por uma coisa tão simples que poderia se resolver em um diálogo.  
            Porém a desconfiança não tem só seu lado ruim, existem também seus pontos positivos, por exemplo, se você teve um objetivo em mente e esse objetivo vir de uma maneira muito, sempre tem uma desconfiança em sua consciência. Outro exemplo seria quando você ama muito uma pessoa, e está tendo um relacionamento com ela, você fica inseguro, protetor, acolhedor, enfim, faz tudo por sua amada. Então a desconfiança vai vir uma hora, ou outra, e isso vão ser boas em sua vida, porque você vai ficar tão focado em seu objetivo ou em seus sentimentos, só que você terá um outro ponto de vista, porque caso aja um desentendimento, não vai se machucar tanto quanto uma pessoa que não teve a desconfiança, sabedoria em sua vida, e acabou se desentendendo mais ainda com seus sentimentos, e pensamentos, e se machucando bastante.

            Portanto, para ter uma vida com muito sucesso, é preciso dessa desconfiança e sabedoria, pois caso não tenha essa desconfiança, a própria vida te ensinará que ela é sim bastante eficiente, e precisa, e capaz de fazer uma vida com muito mais alegria, e menos tristeza, porque quando se tem um objetivo na vida, e não tem uma desconfiança, para que caso esse objetivo não der certo você sempre ter outro plano, para que tudo isso não te deixe para baixo, abalado, e assim, poder alcançar seus objetivos com muito mais sucesso e sabedoria, e sempre com uma desconfiança e sabedoria é claro, para que você se torne um ótimo marido, satisfeito com uma ótima profissão, enfim , com muitas alegrias e sucesso para contar. E isso só é possível porque a melhor escola é a vida, onde através dos seus erros, você pode crescer cada vez mais, e se torna uma pessoa melhor a cada dia que passa.



Guilherme Koichi
n° 12
1º ano C


Dissertação

(Tema morte)

          A morte é o encerramento das atividades biológicas, quando deixamos de ser carne. E o que acontecera antes da morte? Uma vida mal vivida, uma vida mal aproveitada, uma vida de luxo?  Há quem se pergunte se sua vida valeu a pena ou não. Se foi lembrado por aquilo que fez, qual o legado que deixou.  Pessoas pobres que não veem sentido na vida por serem miseráveis e sofridas, movem-se pela promessa de alguns religiosos que prometem a vida eterna ao lado de Deus se seguirem o caminho certo. Ajudar pessoas, ir a igreja, seguir os mandamentos, ter Jesus como guia.  O que for feito aqui na Terra é apenas o passaporte para a vida no paraíso.
          Enterro ou cremação são escolhas feitas para saber a situação do corpo depois da morte. Hoje em dia já se pode optar por doar órgãos e até ser congelado. Pessoas procuram resfriar seu corpo assim que morrer para que possa ser ressuscitado em uma época diferente da vivida. Sim, evoluímos ao ponto de poder clonar pessoas e trazer de volta a vida. Seriamos capazes de um dia ter vida eterna dentro de um mesmo corpo? Aí se debate se a vida eterna seria um presente ou um castigo. O que pensar de ver toda a sua família morrendo enquanto você já viu várias gerações novas nascendo. Existem pessoas que até fazem planos para a própria morte. Uma morte rápida e sem dor. Há quem prefere morrer dormindo. E tem gente que preferem viver a vida sem se preocupar com a morte, pois ela costuma vir sem avisar pegando muitos de surpresa.
          E o que vai acontecer depois da morte? Para alguns, a morte é apenas o final da vida nesse mundo e que logo depois se encontrarão com seus parentes no paraíso, com árvores, flores, campos vastos e verdes, um lugar de pura paz e sossego onde se vive a eternidade. Os familiares sofrerão na Terra a dor da perda do parente amado. De religião para religião há várias formas de explicar o que acontecerá após a morte. Sua alma irá para Deus ou para o Diabo? Alguns explicam que o encerramento da vida é como uma vela que se apaga. Ficaríamos dormindo até que aconteça o evento mais esperado ou temido de nome ‘’O julgamento final’’. Ou há quem diga também que a alma não é presa a apenas um corpo e que se agora a alma está no seu corpo fixo, após a morte certamente habitará outra carne. Mas há outros que não acreditam nessa afirmação e acham que a vida tem que ser aproveitada, por que assim que ela acabar, não haverá mais nada.

Marcos Vinícius nº 23
1C

A Morte

Morte segundo o dicionário significa ausência de vida, fim da vida. Mas a morte para muitos, porém pode não significar o fim, para muitos a morte é a apenas o começo, o começo de algo que nem mesmo elas sabem ao certo o que é. Há várias crenças ou perspectivas sobre o que ocorre após a morte, mas ninguém sabe ao certo. Alguns creem que é o fim, outras pensam que após sua morte voltaram a viver em outro corpo, humano ou até mesmo de um animal, outros já acreditam que após a morte, se você fez coisas boas irá para o céu, se fez coisas ruins o inferno lhe aguarda, e além dessas há aqueles que acreditam que após a morte, serão ressuscitados, em seus próprios corpos, e ainda voltarão a ver aqueles que amam que também já morreram.
Para aqueles que creem que a morte é o fim, utilizam sua vida de qualquer maneira, “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”, uma frase que transmite bem a ideia que muitos têm. “Se vamos morrer mesmo, devemos aproveitar ao máximo, fazer o que bem entendermos e ai sim aproveitaremos a vida”. Esse pensamento pode nos ser bem familiar, muitos conhecem alguém que age de uma forma em que não leva em consideração, ou opinião de outros, pois para eles de que importa uma opinião, irão morrer mesmo.
Para aqueles que creem na reencarnação, essa vida não é sua primeira vez e muito menos será a única vez na Terra. Tem um conceito de que o ser humano tem uma alma, e que ela pode ser separada do corpo após a morte, e transferidas para outro corpo. Assim quando morrem, seu corpo morre, mas sua alma continua.
Para aqueles que acreditam no céu e no inferno, há apenas uma única vida, diferentemente dos que acreditam na reencarnação, eles acreditam fielmente na Bíblia e seguem as ordens e orientações contidas nela, demonstram em sua vida, que querem fazer o bem, pois não querem ter uma vida após a morte de sofrimento, angústias e arrependimentos de não terem feito o bem a outros. Por quererem viver no céu, vão sempre a igreja, e como especificado na própria Bíblia confessam seus pecados a Deus, para que possam ser perdoados e tenham sua vaga assegurada no céu.
Para aqueles que creem em uma ressurreição, tem atitudes similares as que aqueles que creem no céu e no inferno. Tem na sua vida um modelo diferente, ações diferentes, demonstram na sua vida que acreditam em Deus e que tem plena convicção de o que ele diz irá cumprir. E eles querem ter essa oportunidade de viver novamente, mas não tem em mente que irão morrer de novo, mas sim que voltarão a viver e viverão para sempre. E rever seus parentes que já haviam falecido.

Entre todas as crenças referentes a vida após a morte, cada um tem a sua opinião. Alguns que tem um conceito diferente de outros, mas independentemente de críticas, opiniões pessoais, todas as religiões, opiniões e crenças têm o seu significado e sua importância para aquela pessoa. E não devemos discriminar as pessoas por suas convicções, além do que, nós também temos a nossa. Apesar de serem diferentes e algumas vezes não concordarmos, devemos fazer algo que toda a sociedade deveria fazer para qualquer assunto, respeitar.

Matheus Souza Feitosa  Nº: 26
1C

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Soneto XI

Com pesadas cadeias maniatado,
Às vozes da razão ensurdecido,
Dos céus, de mim, dos homens esquecido,
Me vi de amor nas trevas sepultado. 

Ali aliviava o meu cuidado
Co dar de quando em quando algum gemido.
Ah! tempo! Que, somente refletido,
Me fazes entre as ditas desgraçado. 

Assim vivia, quando a falsidade
De Laura me tornou num breve dia
Quanto a razão não pôde em longa idade: 

Quebrei o vil grilhão que me oprimia!
Oh! feliz de quem goza a liberdade,
Bem que venha por mãos da aleivosia!

Interpretação
Tomás ja em Moçambique conhece outras mulheres, nesse soneto ele fala sobre Lauta, não se sabe ao certo se ele esquece de verdade da María Doroteia, mas a uma grande distância, pode ser que ele tenha se envolvido com outras mulheres, é a ideia que surge nesse soneto. E ainda fala de uma traição. Entendi que ele se envolveu com outras mulheres onde ele estava, e que ele se sentiu traido com algumas situações que ocorreram com ele, e quis expresar isso nesse soneto.

Características do Arcadismo
Racionalismo: Apesar de não analizar, não ter uma visão racional do mundo, ele faz essa lira com uma linguagem muito racional sobre o que ele pensava e que estava ocorrendo com ele.

Situação Histórica
Aqui Tomás ja foi deportada e exilado em Moçambique,após a descoberta de sua participação no movimento da Inconfidencia Mineira. 

Glossário

Maniatado : Que tem as mãos atadas. Preso, algemado.
Ensurdecido : Ficar surdo.
Vil : De valor pegueno. Insignificante.
Grilhão: Cordão grosso de ouro.
Aleivosia: Traição, fraude.

Matheus Souza Feitosa  N:26
1C

SONETO V


Ao templo do Destino fui levado:
Sobre o altar num cofre se firmava,
Em cujo seio cada qual buscava,
Tremendo, anúncio do futuro estado.
Tiro um papel e lio – céu sagrado,
Com quanta causa o coração pulsava!
Este duro decreto escrito estava
Com negra tinta pela mão do fado:
“Adore Polidoro a bela Ormia,
sem dela conseguir a recompensa,
nem quebrar-lhe os grilhões a tirania.”
Dar mãos Amor mo arranca, e sem detença,
Três vezes o levando à boca impia,
Jurou cumprir à risca a tal sentença.

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INTERPRETAÇÃO: 

No começo deste soneto o autor fala que o seu coração pulsava forte com o decreto do futuro dele. Diz também que dele foi arrancando o amor.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO: 

Estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos;

CONTEXTO HISTÓRICO:

Neste momento histórico, Tomáz Antônio Gonzaga estava na África, pois fora deportado de sua pátria, por estar envolvido com a Inconfidência Mineira.

GLOSSÁRIO:

Fado: Sorte.

Guilherme de Melo.
Número: 11.
1º C.

Soneto VI

Quantas vezes Lidora me dizia,
Ao terno peito minha mão levando:
- Conjurem-se em meu mal os astros, quando
Achares no meu peito aleivosia!
Então que não chorasse lhe pedia,
Por firme seu amor acreditando.
Ah! que em movendo os olhos, suspirando,
Ao mais acautelado enganaria!
Um ano assim viveu. Oh! céus, agora
Mostrou que era mulher: a natureza,
Só por não se mudar, a fez traidora.
Não, não darei mais cultos à beleza,
Que depois de faltar à fé Lidora,
Nem creio que nas deusas há firmeza.

INTERPRETÃÇÃO

Neste soneto conta que Lindora cansou de avisar para Dirceu que ele estava enganado em relação a sua paixão, e ele não adiantava ficar se lamentando pela a traição que tanto lhe machuca.

CARACTERÍSTICA DO ARCADISMO

Tom confessional- No momento em que ele descobre que é traído pela sua paixão.

CONTEXTO HISTÓRICO

Na época em que Dirceu escreveu este soneto, ele estava sendo deportado para Moçambique.

GLOSSÁRIO

Conjurem: Intentar por meio de conspiração. Conspirar, tramar, maquinar. Insurgir-se, rebelar-se.

Aleivosia: Traição, fraude, deslealdade, aleive.

Acautelado: Cauteloso, prudente. Astuto, manhoso.

 



Nome: Ana Beatriz
Número: 01
Turma: "C"

Soneto III

Enganei-me, enganei-me – paciência!
Acreditei às vezes, cri, Ormia,
Que a tua singeleza igualaria
A tua mais que angélica aparência.

Enganei-me, enganei-me – paciência!
Ao menos conheci que não devia
Pôr nas mãos de uma externa galhardia
O prazer, o sossego e a inocência.

Enganei-me, cruel, com teu semblante,
E nada me admiro de faltares,
Que esse teu sexo nunca foi constante.

Mas tu perdeste mais em me enganares:
Que tu não acharás um firme amante,
E eu posso de traidoras ter milhares.


Interpretação:

nesse soneto conta quando Tómaz Antônio Gonzaga estava já fora do Brasil , onde lá encontrou uma mulher chamada Ormia, onde acaba se levando pela sua bela aparência angélica , e no fim acaba se arrependo , falando muito mal dela, que ela não era tudo aquilo que ela estava esperando. E já na última estrofe fala por ela engana muito ele , e por ser uma traidora, fala que pessoas iguais a ela acha milhares, e até melhores que ela .

Contexto histórico:

nesse soneto ele já está em moçambique  , porque foi deportado devido a inconfidência minera, e com isso acaba encontrando pessoas novas, longe de sua amada, acabando esquecendo-a.
 
Arcadismo:

-tom confessional , estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos, exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza, nesse sonetos todos esses pontos estão ligados devido a pureza dele de ter sido levado pela beleza, e assim , expressando seus sentimentos com esssa ocasião,e se confessando que se arrependeu.


Glossário:

galhardia: elegante, beleza.



Guilherme Koichi
n° 12
1° ano C

Soneto II

Num fértil campo de soberbo Douro,
Dormindo sobre a relva, descansava,
Quando vi que a Fortuna me mostrava
Com alegre semblante o seu tesouro.

De uma parte, um montão de prata e ouro

Com pedras de valor o chão curvava;
Aqui um cetro, ali um trono estava,
Pendiam coroas mil de grama e louro.

- Acabou – diz-me então – a desventura:

De quantos bens te exponho qual te agrada,
Pois benigna os concedo, vai, procura.

Escolhi, acordei, e não vi nada:

Comigo assentei logo que a ventura
Nunca chega a passar de ser sonhada.
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INTERPRETAÇÃO:


Nesse soneto, Tomás Antônio Gonzaga relata um sonho que teve. Nesse sonho ele conhece a Fortuna que lhe mostrava todo o seu tesouro. Nele tinha pratas, ouros pedras de valor e etc. Fortuna então pede que Tomás escolha bens que lhe agradaram no tesouro. Tomás escolheu, mas, logo acordou. Sem ter aquilo que tinha ganhado.


CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
  • Bucolismo: Fala de férteis campos e das relvas(folhagens rasteiras) onde descansava.

CONTEXTO HISTÓRICO:


Quando escreveu esse soneto, Tomás Antônio Gonzaga estava em Moçambique. Isso foi consequência de sua participação na Inconfidência Mineira que fez com que ele fosse expulso do país depois de se ser mandado para Ilha das cobras no Rio de Janeiro.

GLOSSÁRIO:


Soberbo: Pessoa mesquinha, arrogante, altruísta.
Relva: rama, folhagem rasteira.
Cetro: Bastão curto encimado por um ornato que os soberanos trazem na mão direita em certas cerimônias: coroa, cetro e globo são as insígnias da realeza.
Douro: pequeno barco de fundo chato, que auxilia a pesca do bacalhau, nos mares do Norte.
Desventura: Infortúnio, infelicidade, desgraça, miséria.
Ventura: Sorte, acerto, êxito, felicidade, fortuna, acaso.


Marcos Vinícius nº 23

1C

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

SONETO X


Adeus, cabana, adeus; adeus, ó gado;
Albina ingrata, adeus, em paz te deixo;
Adeus, doce rabil; neste alto freixo
Te fica, ao meu destino consagrado.
Se te for meu sucesso perguntado,
não declares, rabil, de quem me queixo;
não quero que se saiba vive Aleixo
por causa de uma infame desterrado.
Se vires a pastor desconhecido,
lhe dize então piedoso: - Ah! vai-te embora,
atalha os danos, que outros têm sentido.
Habita nesta aldeia uma pastora,
de rosto belo, coração fingido,
umas vezes cruel, e as mais traidora.

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INTERPRETAÇÃO:

Neste soneto, Dirceu fala de uma desilusão amorosa. Ele diz que essa mulher, que ele se refere como 'Albina' é bela, perigosa e traidora, pois ela o traiu, e é por isso que ele está indo embora da aldeia.

CARACTERÍSTICA DO ARCADISMO:

Tom confessional, quando ele fala do que a mulher fez com ele.

CONTEXTO HISTÓRICO: 

Neste momento, Dirceu tinha sido deportado para Moçambique, pelos seu suposto envolvimento com a Inconfidência Mineira.

GLOSSÁRIO:

Freixo: Árvore das florestas de climas temperados.
Desterrado: Aquele que foi banido ou está ausente da pátria.
Infame: Desonrado.

Myllena Marques.
Número:28
1º C

SONETO IV

Ainda que de Laura esteja ausente,
Há de a chama durar no peito amante;
Que existe retratado o seu semblante,
Se não nos olhos meus, na minha mente.
Mil vezes finjo vê-la, e eternamente
Abraço a sombra vã; só neste instante
Conheço que ela está de mim distante,
Que tudo é ilusão que esta alma sente.
Talvez que ao bem de a ver amor resista;
Porque minha paixão, que aos céus é grata
Por inocente assim melhor persista;
Pois quando só na ideia ma retrata,
Debuxa os dotes com que prende a vista,
Esconde as obras com que ofende, ingrata.

INTERPRETAÇÃO: 

 Nesse soneto creio que a ausência de Laura no soneto está ligada a ausência de Marília, e mesmo diante de tanta saudade, a chama desse amor não irá apagar, pois de maneira tão forte o consome, fazendo-o capaz de imagina-la perto de si. Só então se da distância quando quer tê-la em seus braços e não pode. Ele diz ser grato a esse amor e de forma talvez inocente não irá desistir.

CONTEXTO HISTÓRICO:

 Devido a sua participação na Inconfidência Mineira é acusado de conspiração e preso, tendo que cumprir sua pena de três anos no Rio de Janeiro. Após três anos preso sua pena foi decretada , Tomaz Antônio Gonzaga, é mandado para Moçambique para cumprir dez anos de sua sentença.

GLOSSÁRIO:

Semblante: Feições, aparência ,fisionomia.
Debuxar: imaginar, figurar, sugerir , transmitir.

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Bruna Duarte.
Número: 06.
1º C

Soneto I

É gentil, é prendada a minha Altéia;
As graças, a modéstia de seu rosto
Inspiram no meu peito maior gosto
Que ver o próprio trigo quando ondeia.
Mas, vendo o lindo gesto de Dircéia
A nova sujeição me vejo exposto;
Ah! que é mais engraçado, mais composto
Que a pura esfera, de mil astros cheia!
Prender as duas com grilhões estritos
É uma ação, ó deuses, inconstante,
Indigna de sinceros, nobres peitos.
Cupido, se tens dó de um triste amante,
Ou forma de Lorino dois sujeitos,
Ou forma desses dois um só semblante.

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INTERPRETAÇÃO:

Neste soneto, ele já havia sido deportado e já não tinha a mesma memória da aparência de Marília em sua mente. Nesta parte ele fala de outras mulheres para servir como comparação, comparação entre essas novas mulheres e Marília. Estas mulheres podiam ser reais ou fantasias de Dirceu. Dirceu fala sobre sua Altéia, fala o que sente. Mas ele quer as duas, quer as duas em sua vida e em seus braços, exemplo disto é quando ele fala ''Prender as duas com grilhões estritos''.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:

Idealização da mulher amada: Querer quem ele ama ao seu lado.

Mitologia Greco-Romana: Quando ele fala do cupido.

SITUAÇÃO HISTÓRICA:

Dirceu não está mais no Brasil. E expressa ainda mais a saudade da sua amada. Após a descoberta da participação de Tomás na Inconfidência Mineira Tomás foi deportado e exilado de Moçambique.

GLOSSÁRIO:

Sujeição - ação de subjugar.
Semblante - Rosto, cara, feições.
Grilhões - Cadeia metálica de anéis encadeados.
Estritos - Exato, preciso, rigoroso.

Cattarina Bites.
Número:07
1º ''C''

sábado, 31 de agosto de 2013

Lira IX

Parte III

Chegou-se o dia mais triste
que o dia da morte feia;
caí do trono, Dircéia,
do trono dos braços teus,
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Ímpio Fado, que não pôde
os doces laços quebrar-me,
por vingança quer levar-me
distante dos olhos teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Parto, enfim, e vou sem ver-te,
que neste fatal instante
há de ser o teu semblante
mui funesto aos olhos meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

E crês, Dircéia, que devem
ver meus olhos penduradas
tristes lágrimas salgadas
correrem dos olhos teus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

De teus olhos engraçados,
que puderam, piedosos,
de tristes em venturosos
converter os dias meus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Desses teus olhos divinos,
que, terno e sossegados,
enchem de flores os prados
enchem de luzes os céus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Destes teus olhos, enfim,
que domam tigres valentes,
que nem rígidas serpentes
resistem aos tiros seus?
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Da maneira que seriam
em não ver-te criminosos,
enquanto foram ditosos,
agora seriam réus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Parto, enfim, Dircéia bela,
rasgando os ares cinzentos;
virão nas asas dos ventos
buscar-te os suspiros meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Talvez, Dircéia adorada,
que os duros fados me neguem
a glória de que eles cheguem
aos ternos ouvidos teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

Mas se ditosos chegarem,
pois os solto a teu respeito,
dá-lhes abrigo no peito,
junta-os cos suspiros teus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

E quando tornar a ver-te,
ajuntando rosto a rosto,
entre os que dermos de gosto,
restitui-me então os meus.
Ah! não posso, não, não posso
dizer-te, meu bem, adeus!

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INTERPRETAÇÃO:

Nesta lira conta sobre quando Dirceu estava sendo deportado, e se despedindo de sua 
amada, onda a partir dali terá uma vida nova , e provavelmente terá novas companheiras. E sua amada terá de se contentar por não ter mais Dirceu ao seu lado, e consequentemente se acostumar a notícia de que ele terá uma nova mulher na vida dele .

CONTEXTO HISTÓRICO:

Como na maioria das liras, fala muito sobre a inconfidência mineira, e nessa lira fala que ele foi deportado do país, onde a parti dali terá uma vida nova pela frente, se despedindo de sua amada.

ARCADISMO:

Nesta lira á presença do estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos, devido aos sentimentos presente de muita saudade e dos momentos bons que eles passaram .

GLOSSÁRIO:

ímpio: Algo ou aguem que despreza a religião.
fado: Destino, sorte
ditoso: Que tem boa sorte


Guilherme Koichi
Número: 12.
1° C.


Lira VIII

Parte III

Em cima dos viventes fatigados
Morfeu as dormideiras espremia:
Os mentirosos sonhos me cercavam;
            Na vaga fantasia
            Ao vivo me pintavam
            As glórias, que desperto,
            Meu coração pedia.

Eu vou, eu vou subindo a nau possante,
Nos braços conduzindo a minha bela;
Volteia a grande roda, e a grossa amarra
              Se enleia em torno dela;
              Já ponho a proa à barra,
              Já cai ao som do apito
              Ora uma, ora outra vela.

  Os arvoredos já se não distinguem:
A longa praia ao longe não branqueja;
E já se vão sumindo os altos montes,
               Já não há que se veja
               Nos claros horizontes,
               Que não sejam vapores,
               Que Céu, e mar não seja.

        Parece vão correndo as negras águas,
E o pinho qual rochedo estar parado;
Ergue-se a onda, vem à nau direita,
               E quebra no costado;
               O navio se deita,
               E ela finge a ladeira
               Saindo do outro lado.

      Vejo nadarem os brilhantes peixes,
Cair do lais a linha que os engana;
Um dourado no anzol está pendente,
              Sofre morte tirana,
              Entretanto que a sente,
              Ao tombadilho açoita
              A cauda, e a barbatana.

        Sobre as ondas descubro uma carroça
De formosas conchinhas enfeitada;
Delfins a movem, e vem Tétis nela;
              Na popa está parada;
              Nem pode a Deusa bela
              Tirar os brandos olhos
              Na minha doce amada.

         Nas costas dos golfinhos vêm montados
Os nus Tritões, deixando a esfera cheia
Com o rouco som dos búzios retorcidos.
                    Recreia, sim, recreia
                    Meus atentos ouvidos
                    O canto sonoroso
                    Da música sereia.

         Já sobe ao grande mastro o bom gajeiro;
Descobre arrumação, e grita – terra!
À murada caminha alegre a gente;
               Alguns entendem que erra;
               Pelo imóvel somente
               Conheço não ser nuvem,
              Sim o cume d’alta serra.

         De Mafra já descubro as grandes torres;
(E que nova alegria me arrebata!)
De Cascais a muleta já vem perto,
               Já de abordar-nos trata;
               Já o piloto esperto,
               Inda debaixo manda
               Soltar mezena, e gata.

        Eu vou entrando na espaçosa barra,
A grossa artilharia já me atroa;
Lá ficam Paço d’Arcos, e a Junqueira;
                Já corre pela proa
                Uma amarra ligeira;
                E a nau já fica surta
                Diante da grã Lisboa.

       Agora, agora sim, agora espero
Renovar da amizade antigos laços;
Eu vejo ao velho pai, que lentamente
              Arrasta a mim os passos;
              Ah! com vem contente!
              De longe mal me avista,
              Já vem abrindo os braços.

      Dobro os joelhos, pelos pés o aperto;
E manda que dos pés ao peito passe;
Marília, quanto eu fiz, fazer intenta;
               Antes que os pés lhe abrace
               Nos braços a sustenta;
               Dá-lhe de filha o nome,
               Beija-lhe a branca face.

        Vou descer a escada, oh Céus, acordo!
Conheço não estar no claro Tejo;
Abro os olhos, procuro a minha amada,
               E nem sequer a vejo.
               Venha a hora afortunada,
               Em que não fique em sonho
               Tão ardente desejo!

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INTERPRETAÇÃO:

Nesta Lira, Dirceu já não está mais no Brasil, e tem muitas saudades de sua amada. Ele começa falando que está em um navio, regressando a sua terra natal, Portugal. Não se consegue ver mais as prais brancas, nem os montes, só o vapor, a água e o céu. O autor consegue ver criaturas mitológicas, como Tritões e Sereis, fala sobre os peixes brilhantes, que ao caírem na linha, sofrem morte tirana, ao retirarem  sua cauda e sua barbatana. Na sétima estrofe, ele diz que ouve o som da buzina, e o gajeiro gritar - Terra!, então consegue ver o cume da montanha, e as grandes torres, e fica muito feliz por estar de volta a Lisboa, pois espera renovar suas amizades antigas. De longe vê seu pai, que lentamente vêm ao seu encontro com braços abertos. Dirceu se ajoelha, e abraça seus pés. Encontra com sua amada, a abraça e diz que quer lhe dar uma filha, e a beija. Mas de repente ele acorda, e percebe que tudo não passou de um sonho, que sua amada não está com ele.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
  • Uso da Mitologia: Quando ele fala dos Tritões e das Sereias.
SITUAÇÃO HISTÓRICA:

Não se sabe ao certo o que estava acontecendo no momento que está lira foi escrita, mas acredito que foi quando ele fora deportado para Moçambique por ser acusado de ser um dos supostos líderes da Inconfidência Mineira.


GLOSSÁRIO:

Fatigados : Cansados.
Nau: Antiga embarcação a vela, de alto bordo, com três mastros e numerosas bocas de fogo.
Volteia: Girar.
Enleia: Prender.
Arvoredos: A mastreação do navio.
Branqueja: Apresentar a cor branca.
Costado: Conjunto de chapas ou pranchas que revestem o cavername de um navio.
Tombadilho: A parte mais alta de um navio, que vai do mastro da mezena até a popa.
Açoita: Devasta.
Tritões: Divindade marítima, de ordem inferior.
Búzios: Buzina.
Gajeiro: O marinheiro encarregado de de vigiar no cesto da gávea as embarcações ou a terra.
Cume: A parte mais elevada da montanha.
Mezena: Vela que se enverga na carangueja do mastro de ré em tempo ruim.

Myllena Marques.
Número: 28.
1º C.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Lira V

Parte III

Eu não sou, minha Nise, pegureiro,
que viva de guardar alheio gado;
nem sou pastor grosseiro,
dos frios gelos e do sol queimado,
que veste as pardas lãs do seu cordeiro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
A Cresso não igualo no tesouro;
mas deu-me a sorte com que honrado viva.
Não cinjo coroa d’ouro;
mas povos mando, e na testa altiva
verdeja a coroa do sagrado louro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Maldito seja aquele, que só trata
de contar, escondido, a vil riqueza,
que, cego, se arrebata
em buscar nos avós a vã nobreza,
com que aos mais homens, seus iguais, abata.Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
As fortunas, que em torno de mim vejo,
por falsos bens, que enganam, não reputo;
mas antes mais desejo:
não para me voltar soberbo em bruto,
por ver-me grande, quando a mão te beijo.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pela ninfa, que jaz vertida em louro,
o grande deus Apolo não delira?
Jove, mudado em touro
e já mudado em velha não suspira?
seguir aos deuses nunca foi desdouro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pertendam Anibais honrar a História,
e cinjam com a mão, de sangue cheia,
os louros da vitória;
eu revolvo os teus dons na minha idéia:
só dons que vêm do céu são minha glória.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!

_________________________________________________________

INTERPRETAÇÃO:
 Ao contrário da lira I da parte I,onde a semelhança entre as duas liras em relação a forma escrita,o autor demonstra o desejo de uma vida simples no campo e um amor. Porém já na lira X da parte três III o autor procura demonstrar o quão fútil era a riqueza,pois estava rodeada falsidade.Diz que a deseja,porem não para ser fútil e grotesco como os outros. Diz que não se precisa de muito para fazer história,que para ser ter riqueza,seja qual for,que seja conquistada com garra e luta.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:  

Crítica a busca pela riqueza, um termo usado no arcadismo pode definir inutilia truncat (cortar o inútil),com isso o autor tenta demonstra a busca pela valorização de coisas simples do cotidiano.

GLOSSÁRIO:


pregueiro:Pastor; guardador de gado.
Cinjo:Agarrar-se em alguma coisa: 
reputo:Considerar; Tomar em conta;Julgar; Crer.

Bruna Duarte.
Número: 06
1º C.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Lira IV

Parte III

Amor por acaso
a um pouso chegava,
aonde acolhida
a Morte se achava.

Risonhos e alegres,
os braços se deram,
e as armas unidas
num sítio puseram.

De empresas tamanhas
cansados já vinham,
e em larga conversa
a noite entretinham.

Um conta que há pouco
a seta aguçada
em uma beleza
deixara empregada.

Diz outro que as flechas
cravara no peito
de um grande, que teve
o mundo sujeito.

Enquanto das forças
cada um presumia,
seus membros já lassos
o sono rendia.

Dormindo tranqüilos,
a noite passaram,
e inda antes da aurora
com ânsia acordaram.

- É tempo que o leito
deixemos, ó Morte –
Amor, já erguido,
falou desta sorte.

- É tempo, - em reposta
a Morte repete –
que à nossa fadiga
dormir não compete.

As armas colhamos,
voltemos ao giro:
cada um a seu gosto
empregue o seu tiro.

Vão, inda cos olhos
em sono turbados,
ao sítio em que os ferros
estão pendurados.

Amor para as setas
da Morte se enclina;
de Amor logo a Morte
co’as flechas atina.

Oh! golpes tiramos!
oh! mãos homicidas!
são tiros da Morte
de Amor as feridas.

De um sonho, que pinto,
Marília, conhece
se amor, ou se morte
esta alma padece.
_________________________________________________________

INTERPRETAÇÃO:



  A lira trás aquilo que acontecia quando não estava à luta. Deixava suas armas no sítio e cansados, passava toda a noite conversando. E quando seus membros já ficavam cansados, vinha o sono. Já antes do nascer do Sol, acordam angustiados. É a hora que levantarão, pegarão suas armas, e voltarão à luta. No final ele já não sabe se sua alma sofre por amor, ou pela morte.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:

  • Pré- Romantismo: Há no final da lira uma manifestação sentimental. (Alma angustiada pelo amor e pela morte).
  • Simplicidade:  Usa um tema e linguagem simples.

SITUAÇÃO HISTÓRICA:

A lira foi escrita quando Tomás de Antonio Gonzaga estava preso na Ilha das Cobras. Nessa terceira parte do livro é fácil encontrar trechos revelações sobre seu sofrimento físico e sentimental resultado daquilo que viveu durante a Inconfidência Mineira. Trecho como: ‘’Oh! Golpes tiramos! Oh mãos homicidas! São tiros de Morte de amor as feridas’’. 



Marcos Vinícius nº 23
1C

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Lira II

Parte III

Em vão do amado
filho que foge,
Vênus quer hoje
notícias ter. 

Sagaz e astuto
ele se esconde
em parte aonde
ninguém o vê. 

Dos sinais dados,
bem se conhece
que ele aborrece
a mãe que tem. 

Se os seus defeitos
Ela publica,
razão lhe fica
de se ofender. 

Foge o menino
e, disfarçado,
vive abrigado
numa cruel. 

Com mil carícias
a ímpia o trata;
nem o desata
do peito seu. 

Se a semelhança
sempre amor gera,
deve uma fera
outra acolher. 

Ah! se o teu nome,
Marília, calo,
que de ti falo
bem podes crer.


Interpretação:
 Nessa lira Tomás Gonzaga fala sobre que por estar preso ele passa por momentos que ele com certeza não se agrada. Na primeira estrofe ele fala que "do filho amado quer notícias ter" entendi que por ele estar preso, alguém sente sua falta, procura ter notícias dele, saber como ele está, e ele faz essa lira para mostrar que na época que estava preso, ele não deixou de pensar em sua amada e por pensar nela ele se sentia bem.

Características do Arcadismo:

Racionalismo: Fácil interpretação.
Pré-Romantismo: Demonstração do amor que ele sente por ela.


Situação Histórica:

Dirceu preso, espera ainda saber sobre o que iria acontecer com ele. Ele ainda tem esperança de voltar a ver a Maria Dorotéia, sua amada. Ele, junto com seus companheiros do movimento da Inconfidência Mineira ainda estavam à espera, para saber o que aconteceria com eles.

Glossário:

Ímpia : Sem fé.
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Matheus Souza Feitosa.
Número:26.
1ºC.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Lira XIX

(Parte 2)

Nesta triste masmorra,
De um semivivo corpo sepultura,
Inda, Marília, adoro
A tua formosura.
Amor na minha idéia te retrata;
Busca, extremoso, que eu assim resista
À dor imensa que me cerca e mata. 

Quando em meu mal pondero,
Então mais vivamente te diviso:
Vejo o teu rosto e escuto
A tua voz e riso.
Movo ligeiro para o vulto os passos:
Eu beijo a tíbia luz em vez de face
E aperto sobre o peito em vão os braços.

Conheço a ilusão minha;
A violência da mágoa não suporto;
Foge-me a vista e caio,
Não sei se vivo ou morto.
Enternece-se Amor de estrago tanto;
Reclina-me no peito, e, com mão terna,
Me limpa os olhos do salgado pranto. 

Depois que represento
Por largo espaço a imagem de um defunto,
Movo os membros, suspiro,
E onde estou pergunto.
Conheço então que Amor me tem consigo;
Ergo a cabeça, que inda mal sustento,
E com doente voz assim lhe digo:

“Se queres ser piedoso,
Procura o sítio em que Marília mora,
Pinta-lhe o meu estrago,
E vê, Amor, se chora.
Se a lágrimas verter a dor a arrasta,
Uma delas me traze sobre as penas,
E para alívio meu só isto basta.”
_________________________________________________________

INTERPRETAÇÃO:
Nesse poema Tomás está preso, e mesmo estando preso ele sente saudades da sua amada, sente uma dor de não tê-la por perto e fica imaginando ela, ele se sente triste, se sente só, mas ele sabe que esse sentimento que ele tem por ela, traz alívio para ele. E ele sabe que isso basta para ele, apenas seus pensamentos para ele bastavam, para ter ela ainda em sua mente.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
Simplicidade de temas e de linguagem: Pois Tomás fala de um modo simples sobre seus sentimentos, sobre o que ele sente sobre a Maria Dorotéia.
Pré-romantismo: Em algumas obras árcades, há manifestação sentimentas que o aproximam do romantismo. Vemos que ele demonstra um intenso amor e paixão por ela.

SITUAÇÃO HISTÓRICA:
Com os portugueses oprimindo, destratando os trabalhadores das minas, a produção do ouro fraca, os inconfidentes tinham em mente proclamar a República e tornar o Brasil um país livre de Portugal. Mas um dos participantes do movimento dos inconfidentes, Joaquim Silvério, delatou-os e nomeou Tomás Antonio Gonzaga era o primeiro cabeça dos inconfidentes. Tomás junto com os outros líderes, os outros participantes do movimento foram presos pelos portugueses.

GLOSSÁRIO:
Tíbia: Osso longo que forma a parte interna da perna.
Enternece-se: Comover, sensibilizar.


Matheus Souza Feitosa 
Número: 26
1C

Lira IV

(Parte 2)

Já, já me vai, Marília, branquejando

Louro cabelo, que circula a testa;
Este mesmo, que alveja, vai caindo
E pouco já me resta.

As faces vão perdendo as vivas cores,

E vão-se sobre os ossos enrugando,
Vai fugindo a viveza dos meus olhos;
Tudo se vai mudando.

Se quero levantar-me, as costas vergam;

As forças dos meus membros já se gastam,
Vou a dar ela casa uns curtos passos,
Pesam-me os pés, e arrastam.

Se algum dia me vires destas sorte,

Vê que assim me não pôs a mão dos anos:
Os trabalhos, Marília, os sentimentos,
Fazem os mesmos danos.

Mal te vir, me dará em poucos dias

A minha mocidade o doce gosto;
Verás burnir-se a pele, o corpo encher-se,
Voltar a cor ao rosto.

No calmoso Verão as plantas secam;

Na Primavera, que os mortais encanta,
Apenas cai do Céu o fresco orvalho,
Verdeja logo a planta.

A doença deforma a quem padece;

Mas logo que a doença faz seu termo,
Torna, Marília, a ser quem era dantes,
O definhado enfermo.

Supõe-me qual doente, ou mal a planta,

No meio da desgraça, que me altera;
Eu também te suponho qual saúde,
Ou qual a Primavera.

Se dão esses teus meigos, vivos olhos

Aos mesmos Astros luz, e vida às flores,
Que efeitos não farão, em quem por eles
Sempre morreu de amores?

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INTERPRETAÇÃO:


 A lira começa ressaltando aquilo que Dirceu sente ao ver sua amada. Vai fugindo viveza dos seus olhos, as costas dobram quando quer levantar, as forças dos seus membros se gastam ... Na quarta estrofe Dirceu compara os efeitos dos anos vividos com os efeitos do trabalho e dos sentimentos que Dirceu dedicou a Marília, mas que quando a ter novamente, em poucos dias chegará a mocidade, limpará sua pele, o corpo irá encher e voltará a cor do seu rosto.



CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:



  • Bucolismo: O autor sita o contato com a natureza falando do verde dos campos, do orvalho. Fala do Verão e da Primavera.
  • Tem uma linguagem simples.


SITUAÇÃO HISTÓRICA:


Quando essa lira foi escrita já estava acontecendo a Inconfidência Mineira. Essa segunda parte do livro  se diferencia da primeira porque perde o esperancismo e a lira começa a ter um tom de pessimismo, resultado da prisão do autor no Rio de Janeiro por se envolver com essa revolta.


GLOSSÁRIO:


Braquejando: Alvejando; alvorecendo; branqueando; clareando; encanecendo.
Alveja:  Acerta o alvo; branqueia; Torna Branco.
Vergam: Dobram; flectem; inflectem.
Burnir-se: Tornar brilhante; polir; lustrar.
Verdeja: Torna-se verde; apresenta cor verde, verdeja os campos.
Padece: Sofre; suporta; admitir; consentir; permitir.

Marcos Vinícius.

Número: 23.
1ºC.

Lira II

(Parte 2)

Esprema a vil calúnia muito embora
Enter as mãos denegridas, e insolentes,
Os venenos das plantas,
E das bravas serpentes.
Chovam raios e raios, no meu rosto
Não hás de ver, Marília, o medo escrito:
O medo perturbador,
Que infunde o vil delito.
Podem muito, conheço, podem muito,
As fúrias infernais, que Pluto move;
Mas pode mais que todas
Um dedo só de Jove.
Este Deus converteu em flor mimosa,
A quem seu nome dera, a Narciso;
Fez de muitos os Astros,
Qu’inda no Céu diviso.
Ele pode livrar-me das injúrias
Do néscio, do atrevido ingrato povo;
Em nova flor mudar-me,
Mudar-me em Astro novo.
Porém se os justos Céus, por fins ocultos,
Em tão tirano mal me não socorrem;
Verás então, que os sábios,
Bem como vivem, morrem.
Eu tenho um coração maior que o mundo!
Tu, formosa Marília, bem o sabes:
Um coração..., e basta,
Onde tu mesma cabes.

INTERPRETAÇÃO

O autor começa falando que foi acusado é preso falsamente, é que ele tinha medo que nunca mas conseguisse ver Marília, também fala que muitas pessoas ofendiam ele. No final da lira ele fala que pessoas tiranas batiam nele por ter autoridade.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

bucolismo: por que o autor cita na lira, em uma flor que as folhas se fecham quando as tocadas, flor mimosa.

tem uma linguagem simples.


SITUAÇÃO HISTÓRICA

Nesta época Tomás estava detido na ilha das cobras no Rio de janeiro aonde começou a descrever como era a situação naquele lugar.

GLOSSÁRIO

CALÚNIA: Acusação, falsa.
DENEGRIDAS: Manchar.
DELITO: Crime, infração.
MIMOSA: Planta cujas as folhas se tocadas ainda que levemente fecham sobre si mesma.
INJURIAS: Ofensa, afronta
TIRANO: Cruel, opressor que abusa do poder.
 INFUNDI: Ideias, planos.


Nome: Guilherme de melo
número: 11
1°C

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Lira IX

( Parte 2)

A estas horas
Eu procurava
Os meus Amores;
Tinham-me inveja
Os mais Pastores.

A porta abria,
Inda esfregando
Os olhos belos,
Sem flor, nem fita,
Nos seus cabelos.

Ah! que assim mesmo
Sem compostura,
É mais formosa,
Que a estrela d’alva,
Que a fresca rosa.

Mal eu a via,
Um ar mais leve,
(Que doce efeito!)
Já respirava
Meu terno peito.

Do cerco apenas
Soltava o gado,
Eu lhe amimava
Aquela ovelha
Que mais amava.

Dava-lhe sempre
No rio, e fonte,
No prado, e selva,
Água mais clara,
Mais branda relva.

No colo a punha;
Então brincando
A mim a unia;
Mil coisas ternas
Aqui dizia.

Marília vendo,
Que eu só com ela
É que falava,
Ria-se a furto,
E disfarçava.

Desta maneira
Nos castos peitos,
De dia em dia
A nossa chama
Mais se acendia.

Ah! quantas vezes,
No chão sentado,
Eu lhes lavrava
As finas rocas,
Em que fiava!

Da mesma sorte
Que à sua amada,
Que está no ninho,
Fronteiro canta
O passarinho;

Na quente sesta,
Dela defronte,
Eu me entretinha
Movendo o ferro
Da sanfoninha.

Ela por dar-me
De ouvir o gosto,
Mais se chegava;
Então vaidoso
Assim cantava:

“Não há Pastora,
“Que chegar possa
“À minha Bela,
“Nem quem me iguale
“Também na estrela;

“Se amor concede
“Que eu me recline
“No branco peito,
“Eu não invejo
“De Jove o feito;

“Ornam seu peito
“As sãs virtudes,
“Que nos namoram;
“No seu semblante
“As Graças moram.”

Assim vivia...
Hoje em suspiros
O canto mudo;
Assim, Marília,
Se acaba tudo.

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INTERPRETAÇÃO

A lira conta que Dirceu não aguentava mais ficar longe de Marília, porque a saudades estava apertando cada vez mais. No 4º estrofe Dirceu dizia que ao ver Marília ele se sentia bem, ficava mais alegre ao vê-la.

CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO


Imitação da natureza: O autor cita muito sobre a beleza de sua amada.
Tem uma linguagem simples.


SITUAÇÃO HISTÓRICA

Nesta época já estava ocorrendo a Inconfidência Mineira, e foi neste acontecimento que o personagem foi acusado de conspiração e foi preso no Rio de Janeiro, onde sofre por saudades de sua amada.


GLOSSÁRIO

Relva: Lugar coberto por essas ervas.
Castos: Que tem pureza de alma, de corpo.
Defronte: Frente a frente; face a face; em frente.
Semblante: Rosto, cara, feições.


Ana Beatriz.
Número:01.
1º C.

Lira V

( Parte 2 )

Os mares, minha bela, não se movem,

O brando Norte assopra, nem diviso
Uma nuvem sequer na Esfera toda;
O destro Nauta aqui não é preciso;
Do seu governo a roda.

Mas ah! que o sul carrega, o mar se empola,

Rasga-se a vela, o mastaréu se parte!
Qualquer varão prudente aqui já teme;
Não tenho a necessária força, e arte.
Corra o sábio Piloto, corra, e venha
Reger o duro leme.

Como sucede à nau no mar, sucede

Aos homens na ventura, e na desgraça;
Basta ao feliz não ter total demência;
Mas quem de venturoso a triste passa,
Deve entregar o leme do discurso
Nas mãos da sã prudência.

Todo o Céu se cobriu, os raios chovem:

E esta alma, em tanta pena consternada,
Nem sabe aonde possa achar conforto.
Ah! não, não tardes, vem, Marília amada,
Toma o leme da nau, mareia o pano,
Vai-a salvar no porto.

Mas ouço já de Amor as sábias vozes:

Ele me diz que sofra, senão morro,
E perco então, se morro, uns doces laços;
Não quero já, Marília, mais socorro;
Oh! ditoso sofrer, que lucrar pode
A glória dos teus braços!

_______________________________________________________________________

INTERPRETAÇÃO

Essa lira fala sobre o local onde ele estava preso, que ele não conseguiu ver muitas coisas, e descrevendo as poucas coisas que podia ver ainda. Ele também conta sobre o governo, onde por ele ser um dos inconfidente,  acabou sendo aprisionado, contando que por ser um desses aventureiro, foi preso. E nesse lugar onde ele está é muito desconfortável, além da saudade imensa que ele sente por Marília, que não ver a hora de ele sair e poder vê-la. 


ARCADISMO

-tom confessional , porque fala que a prisão é horrível sem lugares de conforto, e confessando sobre a inconfidência.

-estado de espírito de espontaneidade dos sentimentos, porque ele conta com está sentido a falta de sua amada, a Marília.

CONTEXTO HISTÓRICO

Nessa lira ele comenta bastante sobre a Inconfidência Mineira , que como era um dos inconfidentes , acabou sendo aprisionado por um bom tempo pelas autoridades de Portugal, que por uma aventura , acabou acontecendo uma desgraça como aparece na lira, ficando longe de sua amada.

GLOSSÁRIO

brando : que tem pouca atividade, pouco vigor, sem firmeza moral.
nauta: embarcação.
mastaréu:pequeno mastro.
leme: governar.
nau: antiga embarcação a vela.



Guilherme Koichi.

 Número:12. 
1° C.