Eu não sou, minha Nise, pegureiro,
que viva de guardar alheio gado;
nem sou pastor grosseiro,
dos frios gelos e do sol queimado,
que veste as pardas lãs do seu cordeiro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
A Cresso não igualo no tesouro;
mas deu-me a sorte com que honrado viva.
Não cinjo coroa d’ouro;
mas povos mando, e na testa altiva
verdeja a coroa do sagrado louro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Maldito seja aquele, que só trata
de contar, escondido, a vil riqueza,
que, cego, se arrebata
em buscar nos avós a vã nobreza,
com que aos mais homens, seus iguais, abata.Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
As fortunas, que em torno de mim vejo,
por falsos bens, que enganam, não reputo;
mas antes mais desejo:
não para me voltar soberbo em bruto,
por ver-me grande, quando a mão te beijo.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pela ninfa, que jaz vertida em louro,
o grande deus Apolo não delira?
Jove, mudado em touro
e já mudado em velha não suspira?
seguir aos deuses nunca foi desdouro.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
Pertendam Anibais honrar a História,
e cinjam com a mão, de sangue cheia,
os louros da vitória;
eu revolvo os teus dons na minha idéia:
só dons que vêm do céu são minha glória.
Graças, ó Nise bela,
graças à minha estrela!
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INTERPRETAÇÃO:
Ao contrário da lira I da parte I,onde a semelhança entre as duas liras em relação a forma escrita,o autor demonstra o desejo de uma vida simples no campo e um amor. Porém já na lira X da parte três III o autor procura demonstrar o quão fútil era a riqueza,pois estava rodeada falsidade.Diz que a deseja,porem não para ser fútil e grotesco como os outros. Diz que não se precisa de muito para fazer história,que para ser ter riqueza,seja qual for,que seja conquistada com garra e luta.
Ao contrário da lira I da parte I,onde a semelhança entre as duas liras em relação a forma escrita,o autor demonstra o desejo de uma vida simples no campo e um amor. Porém já na lira X da parte três III o autor procura demonstrar o quão fútil era a riqueza,pois estava rodeada falsidade.Diz que a deseja,porem não para ser fútil e grotesco como os outros. Diz que não se precisa de muito para fazer história,que para ser ter riqueza,seja qual for,que seja conquistada com garra e luta.
CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO:
Crítica a busca pela riqueza, um termo usado no arcadismo pode definir inutilia truncat (cortar o inútil),com isso o autor tenta demonstra a busca pela valorização de coisas simples do cotidiano.
Crítica a busca pela riqueza, um termo usado no arcadismo pode definir inutilia truncat (cortar o inútil),com isso o autor tenta demonstra a busca pela valorização de coisas simples do cotidiano.
GLOSSÁRIO:
pregueiro:Pastor; guardador de gado.
Cinjo:Agarrar-se em alguma coisa:
reputo:Considerar; Tomar em conta;Julgar; Crer.
Bruna Duarte.
Número: 06
1º C.
Gostei da sua interpretação, pois você compara está lira, com a lira I da primeira parte. As semelhanças e diferenças são muito claras, por exemplo, na lira I da primeira parte, ele fala quase a mesma coisa que nesta lira, só que lá ele fala com Marília, e nesta lira já é com uma tal de Nise. Acho que Marília e Nise sejam a mesma pessoa, só que o autor, com o passar dos acontecimentos, começa a mudar o nome de sua amada em algumas liras.
ResponderExcluirMyllena Marques.
Número: 28.
1º C.
Gostei da sua interpretação. Acho que o inutilia truncat (cortar o inútil) se refere a estrutura do texto e não ao modo de vida. O aurea mediocritas(áurea simplicidade)talvez seja a característica árcade que se refere a ter uma vida simples sem riqueza.
ResponderExcluirMarcos Vinícius nº 23
1C
Acho que essa comparação foi muito bem posta por você. Achei que sua interpratação e o contexto histórico ficaram muito boas.
ResponderExcluirMatheus Souza Feitosa N:26
1C