quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Assonância

Lira 1

Graças, Marília Bela,
Graças à minha estrela.

Lira V

O mesmo não sou.
O curso voltou.

Cattarina Bites 
Nº-7
1º ''C''

Lira III


De amar, minha Marília, a formosura
Não se podem livrar humanos peitos.
Adoram os heróis; e os mesmos brutos
Aos grilhões de Cupido estão sujeitos.
Quem, Marília, despreza uma beleza,
A luz da razão precisa;
E se tem discurso, pisa
A lei, que lhe ditou a Natureza.

Cupido entrou no Céu. O grande Jove
Uma vez se mudou em chuva de ouro;
Outras vezes tomou as várias formas
De General de Tebas, velha, e touro.
O próprio Deus da Guerra desumano
Não viveu de amor ileso;
Quis a Vênus, e foi preso
Na rede, que lhe armou o Deus Vulcano.

Mas sendo amor igual para os viventes,
Tem mais desculpa, ou menos esta chama:
Amar formosos rostos acredita,
Amar os feios de algum modo infama.
Que lê que Jove amou, não lê nem topa,
Que ele amou vulgar donzela:
Lê que amou a Dânae bela,
Encontra que roubou a linda Europa.

Se amar uma beleza se desculpa
Em quem ao próprio Céu, e terra move:
Qual é a minha glória, pois igualo,
Ou excedo no amor ao mesmo Jove?
Amou o Pai dos Deuses Soberano
Um semblante peregrino:
Eu adoro o teu divino,
O teu divino rosto, e sou humano.

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INTERPRETAÇÃO:

No começo desta lira o autor fala do amor por Marília e de como ela é formosa. Também diz que, nem um deus aguentou de tanto amor por uma mulher, e que o amor de um deus e igual a um amor humano é que nem um deus consegue escapar do cupido. 


SITUAÇÃO HISTÓRICA:


Nesta época Thomás Antônio Gonzaga estava detido pela participação na inconfidência mineira, e acabou escrevendo várias liras sobre sua paixão por Marília.


GLOSSÁRIO:

GRILHÕES; argolas e correntes que prendem ás pernas dos criminosos.
SEMBLANTE: aparência de algo, face de alguém que pode estar feliz ou triste.
INFAMA: desonesto,imoral.
FORMOSURA: beleza.

Nome: Guilherme de Melo dos Santos.
Número: 11.